quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Comunicação Integrada de Marketing e o segmento LGBT.

A comunicação Integrada de Marketing utiliza todos os elementos e mídias da comunicação para elaboração de um planejamento de marketing a fim de potencializar resultados e imagens de uma empresa, um produto ou uma marca. Desta forma uma grande pesquisa de marketing é feita para depois fazer um levantamento sobre as mídias e suas características, para que depois sejam escolhidas quais devem ser trabalhadas.

Ao pensarmos em uma comunicação integrada de marketing voltado ao segmento LGBT devemos levar em conta dois tipos de serviços/produtos: os direcionados ao público (consumo específico deste mercado) e os consumidos tanto por eles quanto por consumidores heterossexuais.

Agora analisando quais os meios de comunicações e mídias utilizados a este nicho de mercado podemos perceber grandes diferenças e particularidades. Então vejamos agora dentre as mídias existentes quais se encaixam hoje neste mercado e quais deixaram de atendê-los de forma direta.


Na primeira parte deste artigo, que por sinal é bem extenso e optei por dividi-lo de acordo com os tipos de mídias, veremos sobre revistas.

Revistas

Utilizar uma revista como meio de comunicação lhe garante uma seletividade de público, em decorrência da grande variedade de títulos existentes em mercado, praticidade e envolvimento racional do leitor, garantindo assim maior credibilidade.

 Para alguns títulos com periodicidade mais longa a comunicação é lenta e existe ainda uma dificuldade de cobertura regional para mercados menores em razão da ausência de cadernos regionais.

 É importante saber que com a popularização da Internet o mercado editorial tem passado por problemas e que uma maneira de sobrevivência é criar uma revista no ambiente virtual, mantendo ainda a impressa em circulação.


Para o mercado GLS a Internet representa mais sucesso e rentabilidade, por se tratar de um ambiente intimista e seguro, uma vez que grande parte dos gays, lésbicas, bissexuais e trasgêneros não se sentem a vontade em adquirir títulos GLS em decorrência do preconceito que podem sofrer, mas esta é uma realidade que vem mudando aos poucos As revistas direcionadas exclusivamente ao público podem dividir-se nos seguintes temas:

Entretenimento, moda, design e comportamento – Estas revistas costumam tratar de quase todo tipo de assunto que sejam de interesse deste público e contando ou não com ensaios sensuais com modelos ou artistas que estejam em alta na mídia.

Obs: Muitas revistas direcionadas a este público fazem suas ações promocionais, como lançamento de uma nova edição, com festas em clubes noturnos. Esta é uma ótima ferramenta de promoção por voltar-se a um ambiente muito frequentado por uma parcela deste nicho, mas não devemos esquecer que existem outros tipos de leitores LGBT's  e que talvez promover uma edição em uma feira ou evento cultural seja uma melhor forma de ofertar um produto, assim como outros ambientes que devem ser estudados com calma.





Moda e comportamento – Toda revista de moda e comportamento atende a uma grande parcela destes consumidores.

Revistas com material erótico e/ou pornográfico – Carregam em seu conteúdo matérias de entretenimento, moda, comportamento, notícias de cunho político e ativista e ensaios eróticos ou nus artísticos. São revistas voltadas exclusivamente a estes ensaios sensuais, e através deles fazem suas promoções de venda, utilizando modelos, artistas ou figuras que estejam em alta na mídia.



Revistas independentes - Existem algumas revistas independentes, normalmente distribuídas em menor escala que atendem a públicos bem específicos, que de uma maneira em geral gostam de arte, cinema e o entretenimento noturno que uma cidade tem a oferecer. Estas revistas fixam-se principalmente em assuntos culturais, comportamentais e às vezes entram com alguma matéria política. Neste caso não há ensaios sensuais ou de cunho mais erótico, o que pode acontecer são fotos artísticas contendo nu. Suas circulações normalmente concentram-se na região central de uma capital ou bairros alternativos.


Nota Histórica


A primeira publicação feita por e para homossexuais foi a revista lésbica Vice-Versa (lançada em 1947), seguida das publicações Mattachine Review (1953) e ONE (1955), ambas voltadas ao homossexual masculino, segundo Adriana Nunan.

Tais publicações eram feitas por ativistas homossexuais, e a comercialização das mesmas era feita em sigilo por serem consideradas ilegais na época (Chasin, 2000).








Durante a década de 1990 as revistas “Femme” (editada em Santos) e “Um outro olhar” tornaram-se as primeiras revistas impressas a serem comercializadas “legalmente” no Brasil.

Segundo João Silvério Trevisan, floresce nesta época uma imprensa lésbica que longe dos modestos boletins de circulação dos anos 80 passam a ser trabalhadas de uma maneira mais profissional e comercial.

A revista Sui Generis, que durou pouco tempo em mercado, era focada no homossexual masculino, e para muitos foi talvez a mais sofisticada produzida no Brasil.
































Confira o blog http://memoriamhb.blogspot.com/2009/09/ontem-dia-23-de-setembro-conversei-com.html



Fontes

Sopa de Letrinhas? – Movimento homossexual e produção de identidades coletivas nos anos 90, por Regina Facchine – editora Garamond Universitária.

Devassos no paraíso: a homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade, por João Silvério Trevisan – editora Record.

Homossexualidade: do preconceito aos padrões de consumo, por Adriana Nunan – editora Caravansarai.

Comunicação Integrada de Marketing, por Duda Pinheiro e José Gullo – editora Atlas.

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