segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Comunicação Integrada de Marketing e o segmento LGBT part.3



Televisão
A televisão é um dos meios de comunicação utilizados pela comunicação integrada de marketing que normalmente tem um custo alto, porém um bom retorno. Dividimos esta comunicação em duas partes:

TV aberta
Pelo grande numero de telespectadores e cidades alcançadas, a tv aberta tornou-se hoje um dos maiores meios de comunicação de massa (vale ressaltar que a Internet começa a superar sua cobertura). Envolve quase todos os sentidos do consumidor (imagem, som e movimento), conta com uma grande audiência por independer do grau de instrução do telespectador, gera moda, interesses e opiniões em todas as camadas sociais, tem um forte impacto por trabalhar com imagem, é imediatista pela agilidade e rapidez da comunicação e por incrível que pareça tem um baixo custo relativo, onde o custo por mil telespectadores é menor em relação a outros meios mais seletivos, como por exemplo a tv paga.

Podemos apontar como desvantagem a utilização deste meio de comunicação sua dispersividade, que ocorre em alguns casos por causa de sua alta cobertura de público e um custo absoluto alto.





TV paga
Apresenta quase todas as definições da TV aberta, porém o que a caracteriza é a segmentação e diversificação do conteúdo editorial, além de possuir um público qualificado com predominância das classes sociais A e B.
O custo absoluto do comercial é baixo proporcionalmente à participação de audiência de cada programa/emissora que também apresenta baixos índices de audiência. Porém com um período mais longo de veiculação os resultados de cobertura e freqüência média representam índices significativos para a divulgação de uma marca.

Canais fechados são mais seguros para anunciantes que querem atender o público GLS, ou pelo menos aqueles que não querem arriscar e quem sabe mudar um pouco a consciência das pessoas anunciando na TV aberta. Desta forma é mais fácil informar-se de qual/is canais a presença LGBT é maior não havendo grandes problemas no tipo de material e informação a ser passada em anúncios e merchandising’s.Uma maneira fácil é procurar canais que exibam em sua programação seriados com personagens GLS ou até seriados específicos a estes gêneros, como exemplo temos a HBO que exibiu o seriado Queer as Folk, versão norte americana de uma produção Inglesa que se foca na historias de vida de gays masculino e o canal Warner Channel conta em sua programação o seriado lésbico The L World.





Nota Histórica
Por volta da década de 70 dois anúncios foram lançados na TV com temática homossexual (um de um perfume e outro de uma marca de creme de leite), ambos com surpreendente aumento de venda, segundo Trevisan (2000). Dando inicio a uma série de comerciais que passariam a retratar o consumidor GLS, uma atitude inovadora e corajosa para a época, estes comerciais tratavam de personagens reais em situações cotidianas ou utilizavam humor (com uma carga de preconceito embutido nas mensagens).

Durante as décadas de 70 e 80 o mercado homossexual Brasileiro encontrava-se limitado devido ao regime militar, a recessão econômica causada pela dívida externa e a inflação descontrolada (Parker, 1999). Foi no início dos anos 90, com a adoção de políticas neoliberais que o mercado GLS passou a ter um aumento substancial e então a produção e exibição de comerciais realmente voltados aos consumidores GLS.



Dentre este anúncios cito o “Namorados” de 1994 criado para a Folha de São Paulo, o “Pai & Filho” das camisinhas Jontex da Johnson & Johnson, um anúncio veiculado pelo Ministério da Saúde em 2002 chamado “Namorado”, uma campanha de prevenção e conscientização ao uso da camisinha e o comercial do portal “O site” intitulado “Beijos”, que mostrava diversas pessoas se beijando inclusive um casal gay e outro de lésbicas, veiculado em horário noturno na Rede Globo, SBT, Bandeirantes e alguns canais a cabo em dezembro de 2000.



Fontes

Sopa de Letrinhas? – Movimento homossexual e produção de identidades coletivas nos anos 90, por Regina Facchine – editora Garamond Universitária.

Devassos no paraíso: a homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade, por João Silvério Trevisan – editora Record.

Homossexualidade: do preconceito aos padrões de consumo, por Adriana Nunan – editora Caravansarai.

Comunicação Integrada de Marketing, por Duda Pinheiro e José Gullo – editora Atlas.

Vale a pena conferir:Identidades coletivas, consumo e política: a aproximação entre mercado GLS e movimento GLBT em São Paulo - por Isadora Lins França

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